Conheça o delicioso chajá uruguaio | Cultura Espanhola
Back

Conheça o delicioso chajá uruguaio

Como falado no post anterior para a série dos hispanofalantes, o Uruguai é um destino bem conhecido e visado pelos brasileiros. Contudo, a gastronomia uruguaia ainda é bem desconhecida para nós. Sendo assim, na receita deste mês vamos conhecer mais sobre o chajá, uma sobremesa capaz de dar água na boca de qualquer um e que, apesar de não possuir uma história tão antiga, já está intrinsicamente ligada à cultura uruguaia e é motivo de orgulho no país.

 

Sugestão: Ceia de Natal à espanhola

 

Segredo de família. Orgulho nacional

O chajá foi oficialmente criado por Orlando Castellano em 27 de abril de 1927 na cidade uruguaia de Paysandú. Proprietário da confeitaria Las Familias, Castellano desenvolveu um bolo delicado e ao mesmo tempo bem recheado que é composto principalmente por pão de ló, merengue, creme de leite e pedaços de pêssegos em calda ou morangos. Em algumas variações da receita é comum que se adicione doce de leite ou chocolate.

No entanto, o curioso é que até os dias atuais a receita original utilizada por Castellano é um segredo trancado a sete chaves. Embora seja possível reproduzir em casa pelo fato de os ingredientes serem facilmente reconhecíveis, os pormenores do processo ainda permanecem de conhecimento apenas dos herdeiros de Castellano. Para se ter uma ideia, até os próprios funcionários da fábrica da família sabem só algumas partes da receita original, mas não o procedimento completo que ainda é realizado de forma artesanal.

Conheça o delicioso chajá uruguaio

Lucia Delpero via Wikimedia Commons

Devido ao seu sabor inigualável, a sobremesa rapidamente cresceu em popularidade desde a época de sua criação, chegando ao exterior principalmente graças às comunidades uruguaias que vivem em países como Argentina, Paraguai, Brasil, Estados Unidos e Espanha. Por ser considerado há anos como um dos pratos símbolos do Uruguai, o chajá foi reconhecido em 2018 como bien de interés patrimonial do departamento de Paysandú e também foi autorizado no mesmo ano pelo Ministério do Turismo a utilizar o logotipo oficial da marca-país do Uruguai (Uruguay Natural).

E de onde vem esta palavra “chajá”? O que acontece é que o bolo faz referência a uma ave endêmica de mesmo nome que habita vários locais na América do Sul e é particularmente abundante em Paysandú. No Brasil, ela recebe o nome de tachã ou tochã-cinzenta, estando presente em toda região sul e em partes dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

 

Leia também: Aprenda a fazer o típico ceviche peruano

 

Receita de chajá

Conheça o delicioso chajá uruguaio

Sara Cervera via Unsplash

Depois desta breve apresentação, vamos ao que interessa, não é mesmo? Como dito anteriormente, a receita original ainda é um segredo muito bem guardado, então vamos compartilhar com você uma das variações mais famosas desta sobremesa que você também pode fazer diretamente do conforto da sua casa.

 

Ingredientes:

Para o pão de ló:

– 6 ovos

– 180g de açúcar

– 3g de essência de baunilha (1/2 colher de chá)

– 180g de farinha de trigo

 

Para o merengue:

– 2 claras

– 70g de açúcar (normal)

– 70g de açúcar de confeiteiro

 

Para o recheio:

– 600g de pêssego em calda (1 lata)

– 400g de doce de leite

– 100g de doce de leite reposteiro

– 600g de creme de leite batido

– 6g de gelatina

 

Sugestão: Castañas e Huesos de Santo para o Halloween

 

Modo de preparo:

Pão de ló:

– Coloque os ovos, o açúcar e a essência de baunilha em uma tigela e em seguida coloque-a em banho-maria. Vá mexendo até que a mistura esteja bem integrada e em uma temperatura de aproximadamente 45°C

– Quando atingir esse valor, retire a tigela do banho-maria e bata a mistura em uma batedeira por aproximadamente 10 minutos ou até chegar ao ponto de letra (textura mais espessa)

– Depois, adicione a farinha e mexa tudo muito bem até que a mistura esteja homogênea

– Separe a mistura em três formas redondas forradas com papel manteiga (sugestão: formas com 20 cm de diâmetro). Em forno pré-aquecido a 180°C por aproximadamente 15 minutos, coloque as formas e asse as massas até que fiquem secas (para confirmar, faça o teste do garfo/palito). Antes de retirar do forno, esquente um pouco a calda dos pêssegos e, com a ajuda de um pincel culinário, passe parte da calda no pão de ló recém-saído do forno

Merengue:

– Colocar as claras em uma tigela e bata na batedeira. A partir do momento que forme uma espuma branca, adicione o açúcar e continue batendo até que a mistura obtenha uma consistência de merengue

– Adicione também o açúcar de confeiteiro (previamente peneirado) e vá misturando com o auxílio de uma espátula

– Quando estiver tudo bem misturado, coloque o merengue em um saco de confeitar e faça dois discos (aprox. 18 cm) em duas formas distintas. Leve-as para o forno a 100°C por 1 hora e meia ou até que os discos tenham secado

 

Recheio:

– Bater o creme de leite e adicione um pouco de açúcar assim que o creme estiver mais consistente. Hidrate a gelatina e depois adicione algumas colheres de creme à gelatina. Misture tudo e quando estiver bem integrado, inclua o restante do creme até que alcance a consistência de chantili

– Paralelamente, misture os dois tipos de doce de leite e coloque-os em um saco para confeitar

 

Montagem:

– Para começar a montar o chajá, pegue um dos pães de ló e cubra com uma primeira camada de doce de leite. Em seguida, adicione o merengue, o chantili e os pêssegos

– Repita o processo até que todas as camadas de pão de ló tenham sido recheadas e finalize cobrindo todo o bolo com chantili e decorando com alguns pedaços de pêssego

 

Finalmente, seu chajá está pronto para consumo. Lembrando que esta receita corresponde de 10 a 12 porções. Caso prefira, veja o passo a passo de uma outra versão desta receita com o vídeo abaixo:

 

Esperamos que tenha gostado da receita deste mês. O chajá é uma sobremesa linda e que ao mesmo tempo dá água na boca só de ver, não é mesmo? O que acha de tentar fazer também?

Nos vemos na próxima semana!

¡Un fuerte abrazo!

Esther Fuentes
Esther Fuentes