Os hispanofalantes: Venezuela

E enfim chegamos ao fim da nossa série sobre os países hispanofalantes que começou lá em junho de 2023!

Dá para acreditar? Ao longo de todo este tempo, nós percorremos continentes e trouxemos para você um pouco mais sobre a história, cultura e fatos interessantes das nações que têm o espanhol como seu idioma oficial. Algo muito nítido desde os primeiros textos é que se por um lado elas se unem graças a uma língua em comum (que, a bem da verdade, possui consideráveis variações), por outro elas apresentam características variadas que as tornam lugares com uma essência única.

Portanto, para fechar com chave de ouro vamos tratar hoje sobre a Venezuela, um país que tem estado muito presente nos noticiários, mas que também tem muito mais para oferecer aos visitantes em termos de cultura, natureza e gastronomia.

 

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Informações gerais

Nome oficial: República Bolivariana da Venezuela

Capital: Caracas

Área: 912.050 km²

Tipo de governo: república presidencialista (de jure) / ditadura chavista (de facto)

População: 31.250.306 habitantes (estimativa 2024)

Maiores cidades: 1) Caracas; 2) Maracaibo; 3) Valencia; 4) Barquisimeto; 5) Maracay

PIB total: $ 269,068 bilhões (estimativa de 2018)

PIB per capta: $ 7.704 (estimativa de 2018)

Principais produtos agrícolas: leite, cana-de-açúcar, milho, arroz, plátanos, etc.

Principais indústrias: agrícola, pecuária, materiais de base, maquinário, petrolífera, etc.

Moeda: bolívar soberano

Documentos de entrada para turistas brasileiros: para os brasileiros que tenham interesse de visitar a Venezuela na condição de turistas por um prazo inferior a 90 dias, não é necessário solicitar visto. Contudo, ainda é necessário apresentar os documentos a seguir.

 

• Passaporte válido por no mínimo 6 meses e com pelo menos uma folha em branco
• Passagens aéreas de ida e volta
• Comprovante de hospedagem
• Comprovante de fundos suficientes para o período total de estadia
• É obrigatório apresentar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) para febre amarela. Também é recomendável estar em dia com as vacinas para febre tifoide, hepatite A e B (veja mais informações aqui ou consulte os órgãos públicos de saúde competentes)
• Devido a atual situação política da Venezuela, recomenda-se cautela aos viajantes e que evitem aglomerações (veja mais nesta nota do Ministério das Relações Exteriores ou consulte os órgãos públicos competentes)

 

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Breve história do país

Assim como ocorreu com os demais países que hoje formam o continente americano, antes da chegada dos europeus a região que hoje corresponde à Venezuela já era habitada por diferentes grupos indígenas dos quais se destacam os timoto-cuicas, os caribes e os arahuacos. De fato, um dos monumentos mais impressionantes da época pré-colombiana são os petróglifos (gravuras em rochas) dos arahuacos que estão localizados no Parque Arqueológico Piedra Pintada e são datados entre os séculos I e IX.

Os europeus, por sua vez, só foram tomar conhecimento das terras venezuelanas em 1498 durante a terceira viagem de exploração de Cristóvão Colombo. Diversas expedições foram realizadas ao longo do território até que assentamentos espanhóis mais organizados se consolidaram a partir de 1500 com a criação de Nueva Cádiz (hoje extinta) e Cumaná em 1515, considerada a cidade mais antiga da Venezuela ainda ativa. Já a futura capital Caracas foi fundada somente em 1567.

Durante o período colonial, as terras venezuelanas faziam parte do Vice-Reino de Nova Granada juntamente com o que hoje corresponde a Colômbia, Panamá e Equador. Neste período, uma das principais fontes econômicas era a exploração de pérolas.

Depois de séculos de dominação, a população venezuelana aderiu aos movimentos independentistas que tomavam conta da região e declarou sua independência da Espanha em 1811. Os anos subsequentes foram marcados por conflitos armados contra as forças espanholas que se opunham à perda de seus domínios. Vale lembrar que Simón Bolívar, principal expoente das lutas de independência na América Hispânica, também esteve presente em várias batalhas a favor da Venezuela.

A luta armada manteve-se até 1823 quando os independentistas finalmente ganharam a disputa e se tornaram livres do Reino espanhol. Na época, o território da Venezuela fazia parte da Grã-Colômbia, a qual se formou a partir do Vice-Reino de Nova Granada. No entanto, este país durou apenas pouco tempo, tendo se fragmentado após desentendimentos internos. Assim, a Venezuela se separou da Grã-Colômbia e se formou como o país que conhecemos hoje em 1830.

Após sua independência, a Venezuela passou por altos e baixos na sua situação sociopolítica, alternando momentos de instabilidade, guerras civis e ditaduras com outros de maior tranquilidade e prosperidade. Um destes períodos mais favoráveis ocorreu nas primeiras décadas do século XX bem como nos anos 1970 e 1980 graças às reservas de petróleo que atraíram tanto investimentos estrangeiros quanto modernizações ao país.

Em sua história recente, a Venezuela é mais conhecida pela ascensão de Hugo Chávez à presidência em 1998 que resultou na nacionalização de diversos setores estratégicos da economia venezuelana e a realização de programas sociais baseados nos lucros do petróleo. Já nessa época, se observava um crescente culto à sua imagem e uma concentração abusiva de poder, além de denúncias de violações de direitos humanos, especialmente contra seus críticos.

A situação piorou significativamente após a morte de Chávez e o início do governo de seu sucessor, Nicolás Maduro, em 2013 e que permanece no cargo até os dias atuais. Ademais dos problemas já citados que cresceram em intensidade e gravidade, a Venezuela foi sacudida por uma profunda crise econômica que gerou uma onda migratória massiva de venezuelanos para outras partes do continente, inclusive para o Brasil.

Em 2024, Maduro foi reeleito como presidente da Venezuela em uma eleição marcada por violência e acusações de fraudes. Por conta de tudo isso, diversos membros da comunidade internacional (incluindo na América Latina) abertamente se manifestam contra o governo de Maduro e afirmam que a Venezuela, infelizmente, está vivendo há anos sob um regime ditatorial.

 

Curiosidade 1: Joropo – o ritmo nacional venezuelano

Não se pode negar que a situação sociopolítica atual da Venezuela é desoladora. Contudo, nesta parte do texto queremos trazer um foco maior na cultura riquíssima deste país e que lamentavelmente acaba passando despercebida.

No que se refere aos seus ritmos nacionais, talvez nenhum deles seja mais famoso e querido entre os venezuelanos do que o joropo. Muito comum também na vizinha Colômbia, o joropo tem características semelhantes a uma valsa e as batidas de suas músicas se apoiam em uma mistura de influências europeias e africanas.

Atualmente sob análise para se tornar um Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, o joropo foi criado aproximadamente na metade do século XVIII e tem como alguns de seus instrumentos principais a arpa llanera, as maracas e o cuatro venezuelano (instrumento de corda semelhante a um violão). Além disso, é acompanhado por um baile de mesmo nome em que seus dançarinos performam em casais. Como demonstrado no vídeo abaixo, percebe-se que o joropo consegue equilibrar de maneira primorosa tanto alegria quanto graciosidade.

 

Joropo de los Llanos Venezolanos:

 

Curiosidade 2: o lugar que inspirou a Pixar

Por acaso você se lembra de Up: Altas Aventuras? Esta divertida e comovente animação da Disney/Pixar de 2009 conta a história de Carl Fredricksen, um idoso viúvo que quer viajar até o Paraíso das Cachoeiras para realizar um desejo antigo de sua falecida esposa. Neste ínterim, ele conhece o escoteiro Russell, o cachorro falante Dug e uma ave tropical apelidada de Kevin e tem que enfrentar diversos desafios até alcançar seu objetivo.

E se eu te contasse que o tal Paraíso das Cachoeiras é inspirado em um lugar verdadeiro? Pois é. Esta maravilha da natureza se chama Salto Ángel e está localizada no Parque Nacional de Canaima no sudeste da Venezuela e próximo à fronteira com Brasil e Guiana. Além de fazer parte da lista de Patrimônios da Humanidade pela UNESCO desde 1994, este parque também é considerado o sexto maior do mundo com mais de 30 mil km² de extensão.

Especificamente falando da cachoeira Salto Ángel, ela impressiona seus visitantes não somente pela beleza estonteante, mas também pelo seu tamanho. Afinal, com mais de 900 metros de altura ela é reconhecida como a queda d’água mais alta de todo o planeta e que você pode ver em mais detalhes no vídeo abaixo. E aí, teria vontade de conhecer?

 

Venezuela | Cinematic FPV over Angel Falls

 

 

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Personalidade ilustre: Edgar Ramírez

Dentre as principais personalidades venezuelanas da atualidade, Edgar Filiberto Ramírez Arellano se destaca entre os grandes nomes do universo do entretenimento internacional. Nascido em 25 de março de 1977 na cidade venezuelana de San Cristóbal, Edgar é filho da escritora Soday Arellano e do militar Filiberto Ramírez. Também tem uma irmã pelo lado materno chamada Nataly Arellano.

Interessado na área de comunicação, Ramírez estudou Comunicação Social na Universidad Católica Andrés Bello, mas foi somente com sua pós-graduação em artes cênicas pela Universidad Central de Venezuela que ele começou a se dedicar com mais afinco a sua carreira como ator profissional.

Nacionalmente, alcançou o estrelato em 2003 graças ao seu papel na novela “Cosita Rica”, o que lhe abriu portas para outros trabalhos seja em filmes ou telenovelas. Seu papel de estreia no cinema americano ocorreu em 2007 como antagonista do filme “O Ultimato Bourne”. De lá para cá, se dedicou a produções com temáticas variadas como “Carlos, o Chacal”, “A Hora mais Escura”, “Fúria de Titãs” e mais recentemente “Emília Pérez”.

Edgar Ramírez tem sido frequentemente elogiado pelas suas performances e inclusive já recebeu alguns prêmios por sua atuação como o César de Melhor Ator Revelação em 2011 por “Carlos, o Chacal” e o ALMA Awards de Melhor Ator Coadjuvante em 2012 por “Fúria de Titãs 2”.

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Esperamos que tenha gostado do post de hoje. Nos vemos na próxima semana!

 

¡Hasta luego!