Toda cultura dos países latino americanos possuem alta carga de influência da cultura africana trazida, forçosamente, através dos escravos durante o período colonial. No Uruguai, o Candombe, dança que se embala ao som dos atabaques, é um exemplo rico desta influência.
Apesar de muito importante no Uruguai, o Candombe também é visto em outros locais da América do Sul, como no Brasil e Argentina, por exemplo. Tamanha é sua abrangência e sua força cultural no Uruguai, que a dança foi reconhecida como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2009.
Sua história remonta o século 18 com a mistura de ritmos africanos com o tráfico de escravos no Uruguai, na então colônia espanhola, chamada Montevidéu. Eram pessoas trazidas de diversas regiões, principalmente da África Oriental e Equatorial – o afluxo foi tão intenso que a população preta era mais da metade da população da colônia. o termo candombe tem origem na palavra quimbunda kandombe.
A princípio, candombe referia-se de modo genérico às danças praticadas pelos negros no Uruguai. Conforme os ritmos e toques foram tomando um tom único, candombe passou a ser designado a chamar o ritmo musical próprio, com base nos tambores (o tangó ou tambó), e também utilizado para a dança e o local onde aconteciam as candomberas. As candomberas chegaram a sofrer repressão quando manifestadas publicamente, precisando por muito tempo que as pessoas as realizassem escondidas em clubes secretos e fechados.
Atualmente, o candombe é executado por três tipos de tambores, o tambor piano, o chico e o repique – que, juntos, formam a cuerda. No Carnaval uruguaio são formados grupos musicais, os comparsas, que percorrem as ruas com multidões de dançarinos e foliões. A condução é feita pelo escobero, o mestre dos tambores é o gramillero que segue com sua mama vieja.
Os berços do candombe na cidade de Montevidéu são os bairros Sur e Palermo, os quais possuem variantes rítmicos: o Cuareim e o Ansina, respectivamente.