Quando pensamos em “países que falam espanhol” logo vem à mente a própria Espanha e os países da América Latina. Porém, durante o período colonial, a Espanha estendeu seu domínio até o amontoado de ilhas do sudeste asiático.
Nas Filipinas, tardiamente, iniciou um processo de colonização já no século 19 – quando a escolarização chegou às ilhas. Isto se deu, muito por conta de terem perdido quase todas suas colônias nos processos de Independência do século 18 e 19 na América Latina. Restava tentar seu último refúgio.
Porém, a influência cultural espanhola nas Filipinas não durou tanto tempo, pois logo que iniciaram seu intento de dominar culturalmente a região, os Estados Unidos já embarcavam na sua etapa de colonização e intensificaram sua influência nas ilhas.
De fato, “50 anos de colonização estadunidense conseguiram apagar a herança espanhola”, afirma Niklas Reese, pesquisador da Universidade de Bonn.
Por sua posição geográfica, o país sempre foi alvo de interesses de diversos países. Nesta “briga” estavam os Estados Unidos, Espanha e seus vizinhos, China e Japão. Com uma base indonésia da população e tantas culturas buscando firmarem-se sobre a região, os filipinos tem uma mescla cultural e étnica única.
Ainda que o domínio espanhol tenha durado pouco, o que une um povo tão fragmentado em cultura foi justamente a religião católica que uniu 85% da população. No idioma, diversas palavras mantém o mesmo que o espanhol – como “cuchara” (colher), por exemplo.
O grande karma das Filipinas é exatamente o domínio cultural, a colonização, constante sobre seu país e povo. Sempre que saía de uma dependência, embarcava em outra.
O país comemorava o 4 de julho de 1946 como sua data de independência do domínio estadunidense. Porém, revisando sua história, passaram a considerar sua independência da Espanha como sua data. Com isto, questionaram sua herança espanhola e, inclusive, o nome das ilhas (Filipinas) que levam o nome do Rei Felipe II da Espanha.