Santiago de Compostela é o ponto de encontro de milhares de pessoas, quase 180 mil em 2011, que por diversos motivos peregrinam até o local sagrado todos os anos, seja caminhando, à cavalo ou de bicicleta. São diversas motivações para tal, assim como também são diversos os caminhos que chegam de todas as partes da Europa – como você pode ver na imagem abaixo.
Embora os caminhos sejam muitos, o preferido é o caminho francês, que se inicia no noroeste da França, onde ocorre o encontro de outras 4 rotas principais que se estendem ao oriente da Europa. Por todo o caminho, você pode observar construções seculares e lugares remotos que com certeza ampliam o encantamento e o grau de introspecção que mergulham seus peregrinos.
No Brasil, cerca de 2 mil pessoas partem para esta jornada todo ano. Devido ao grande volume de pessoas em busca de reflexão, turismo ou aventura, criou-se a Associação de Confrades Amigos do Caminho de Santiago de Compostela, uma entidade de visa guiar quem deseja fazer o caminho, dando suporte ao planejamento da viagem.
Ainda na associação, você encontrará um Guia do Peregrino que dá dicas importantíssimas que vão desde como cuidar das bolhas nos pés até as formas de aproveitar espiritualmente o caminho.
O livro “O Diário de um Mago” (de Paulo Coelho) retrata o famigerado caminho, assim como os filmes “The Way” (de Emilio Estevez), “La voie lactée” (de Luis Buñuel) e “Onde está a Felicidade” (de Carlos Alberto Riccelli). Há opções de filmes, leituras, e claro, uma viagem para conhecer esse histórico trajeto cheio de simbolismo e paisagem incríveis.
No caminho da história
A famosa Santiago de Compostela na Galícia, Espanha, abriga desde o ano 862 os restos mortais do apóstolo Tiago, que logo após a terceira aparição de Jesus Cristo, saiu em uma grande jornada para levar o cristianismo às terras mais longínquas quanto possível.
Foi assim que Tiago chegou à Finisterrae, que significa “fim da terra” o extremo ocidente da Espanha onde pregou por 6 anos para então voltar à Palestina e posteriormente à Jerusalém, onde foi morto em no ano 44. Dois discípulos convertidos levaram seu corpo já embalsamado para a Hispania, onde foi sepultado em um bosque e velado por eremitas.
Quase setecentos anos depois, dois camponeses avistaram luzes neste bosque. O Bispo Teodomiro então partiu para o local onde encontrou o eremita, todo envolto em luz, que velava o sepulcro do apóstolo. Tão breve a história chegou ao então Rei Afonso II, ele ordenou a construção de uma capela e um monastério, tornando-se o primeiro peregrino a visitar o local. Daí nasceu o antigo Caminho de Campo Estela.
Em 845 começaram a chegar os primeiros peregrinos, mas já em 862, o local não comportava o fluxo de fiéis. Foi aí que transladaram os restos mortais para Santiago de Compostela. Quase 200 anos depois, em 1075, iniciou-se a construção da atual catedral.