Contos espanhóis de Natal | Cultura Espanhola
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Contos espanhóis de Natal

As manifestações culturais em torno da temporada natalina são muito ricas e podem ser observadas em diferentes expressões artísticas como música, cinema, teatro e artesanato, entre outras.

A literatura não fica para trás e ao longo da História tem produzido grandes clássicos que permanecem nas mentes e corações dos leitores como os famosos “Um Conto de Natal” de Charles Dickens ou “Como o Grinch Roubou o Natal” de Dr. Seuss.

Naturalmente, escritores de renome na Espanha igualmente se valeram deste universo tão vasto para criar obras memoráveis. Por isso, no post de hoje vamos apresentar para você três contos de Natal espanhóis os quais, apesar de serem mais voltados para o público adulto, são capazes de nos transportar para este período tão querido do ano e nos mostrar como era o Natal da Espanha naquela época bem como quais tradições ainda se mantêm.

 

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La mula y el buey (Benito Pérez Galdós, 1876)

Contos espanhóis de Natal

Walter Chávez via Unsplash

Benito Pérez Galdós foi um escritor canário nascido em Las Palmas no dia 10 de maio de 1843. Filho de militar, formou-se em Direito, mas nunca chegou a exercer a profissão, focando seu trabalho na literatura. Pertencente ao movimento literário conhecido como Geração de 98, suas obras possuem uma veia realista que a usa para retratar a sociedade espanhola do século XIX desde as classes mais abastadas até as mais humildes.

Em dos seus contos mais célebres, La mula y el buey, Benito Pérez nos traz a história da doce Celinina, uma garotinha de apenas 3 anos que está muito doente, mas que mesmo em seus piores dias se manteve esperançosa com as festas de Natal e em alcançar um desejo: montar um belo presépio com todas as peças e enfeites possíveis. Contudo, a pequena notou que duas figuras importantes estavam faltando em sua coleção:

 

“Desde que Celinina cayó enferma, sintió el afán de las poéticas fiestas que más alegran a los niños, las fiestas de Navidad. Ya se sabe con cuánta ansia desean la llegada de estos risueños días, y cómo les trastorna el febril anhelo de los regalitos, de los nacimientos y las esperanzas del mucho comer y del atracarse de pavo, mazapán, peladillas y turrón. Algunos se creen capaces, con la mayor ingenuidad, de embuchar en sus estómagos cuanto ostentan la Plaza Mayor y calles adyacentes.”

(…)

“Conocedora Celinina, por lo que charlaban sus primos, de todo lo necesario a la buena composición de un nacimiento, conoció que aquella obra estaba incompleta por la falta de dos figuras muy principales, la mula y el buey.”

 

Infelizmente, a criança não obtém a tempo as estátuas do burro e do boi e acaba falecendo. Entretanto, o conto ganha ares sobrenaturais quando o espírito de Celinina, já em forma de anjinho, retorna para completar sua missão de encontrar as figuras restantes para seu estimado presépio. Para ter acesso completo a esta história e saber como ela termina, basta clicar no link abaixo.

 

Texto completo: “La mula y el buey”

 

La Nochebuena del poeta (Pedro Antonio de Alarcón, 1855)

Contos espanhóis de Natal

Libby Penner via Unsplash

Pedro Antonio Joaquín Melitón de Alarcón y Ariza foi um escritor andaluz nascido em 10 de março de 1833 no pequeno pueblo de Guadix em Granada. Iniciou sua graduação em Direito na Universidade de Granada, mas abandonou o curso e migrou para o seminário, embora também tenha desistido dele algum tempo depois. Finalmente, encontrou sua vocação no jornalismo fundando o jornal El Eco de Occidente em Cádiz e posteriormente o jornal satírico El látigo em Madri. Suas obras também seguiam a linha do realismo.

Em La Nochebuena del poeta, Alarcón inicia seu conto fazendo um retorno às suas memórias de Natal da infância, apresentando-nos a uma típica reunião familiar da época:

 

“Hace muchos años (¡como que yo tenía siete!) que, al obscurecer de un día de invierno, y después de rezar las tres Avemarías al toque de Oraciones, me dijo mi padre con voz solemne:

-Pedro: hoy no te acostarás a la misma hora que las gallinas: ya eres grande y debes cenar con tus padres y con tus hermanos mayores. Esta noche es Nochebuena.

Nunca olvidaré el regocijo con que escuché tales palabras.

¡Yo me acostaría tarde!”

(…)

“Y todo era bullicio; todo contento. Los roscos, los mantecados, el alajú, los dulces hechos por las monjas, el rosoli, el aguardiente de guindas circulaban de mano en mano… Y se hablaba de ir a la Misa del Gallo a las doce de la noche, y a los Pastores al romper el alba, y de hacer sorbete con la nieve que tapizaba el patio, y de ver el Nacimiento que habíamos puesto los muchachos en la torre…”

 

Além do próprio autor, a narrativa tem como personagem central sua avó paterna, a qual canta uma breve, porém impactante canção de Natal que gera fortes emoções e reflexões no jovem Pedro. Mesmo após anos do ocorrido e já residindo em Madri, o poeta relembra aquela experiência e pondera sobre as diferenças entre a vida na capital e nas províncias.

Assim, o conto de Alarcón se desenrola não somente como um tributo ao Natal de seus tempos de menino, mas também uma contemplação sobre as noções de lar, família e comunidade bem como questões como materialismo e a efemeridade da vida. Para saber mais, acesse o link abaixo.

 

Texto completo: La Nochebuena del poeta

 

Instinto (Emilia Pardo Bazán, 1916)

Contos espanhóis de Natal

Mario Losereit via Unsplash

Emilia Pardo Bazán, também conhecida como condessa de Pardo Bazán, nasceu em 16 de setembro de 1851 e foi uma escritora galega que também atuou como jornalista, ensaísta, crítica literária, dramaturga, poetisa, editora e jornalista. Exerceu grande influência no mundo literário espanhol, sendo a primeira a trazer o movimento do naturalismo ao país. Além do seu trabalho com as letras, Pardo Bazán era uma notória ativista que reivindicava pelos direitos das mulheres.

Em Instinto, Emilia Pardo Bazán conta sobre uma véspera de Natal que se passa com as freiras do convento de Santa Espina. Decididas a fazer uma grande comemoração, elas mesmas constroem seu presépio de Natal e se dedicam a criarem o exemplar mais bonito que podem imaginar. Depois de seu êxito, a celebração propriamente dita começa:

 

“Aquel año, las monjitas de la Santa Espina se habían excedido a sí mismas en arreglar el Nacimiento. En el fondo de una celda vacía, enorme, jamás habitada, del patio alto, armaron amplia mesa, y la revistieron de percalina verde. Guirnaldas de chillonas flores artificiales, obra de las mismas monjas, la festoneaban. Sobre la mesa se alzaba el Belén.”

(…)

“Todas las monjitas estaban allí, admirando, dando pareceres, babeándose de cariño ante el Jesusín, «que parecía un niño de verdad». En aquel solemne día, relajaba el convento su disciplina severa, y se les consentía a las sores expresar su júbilo, tocando sonajas y castañuelas, zambombas y rabeles…”

 

Contudo, a festa é abruptamente interrompida após um alvoroço provocado pela Irmã Cruz, uma freira que sofria de uma condição psiquiátrica e justamente por este motivo estava trancada em seus aposentos.

A princípio, as freiras pensam que conseguiriam acalmar Irmã Cruz. Entretanto, um evento inimaginável acontece e que fará com que este dia jamais seja esquecido. Se você ficou curioso, acesse o link abaixo para descobrir o que acontece no final.

 

Texto completo: Instinto

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O que achou destas histórias? Tem alguma que lhe chamou mais a atenção? Gostaria de conhecer mais sobre a literatura espanhola? Depois conta mais para gente!

 

Nos vemos em um próximo post!

 

Leia também: A lenda da Flor de Natal

 

¡Feliz Navidad!

Esther Fuentes
Esther Fuentes

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