Retrospectiva 2022: 7 fatos marcantes para a Espanha | Cultura Espanhola
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Retrospectiva 2022: 7 fatos marcantes para a Espanha

¡Saludos a todos! ¿Cómo están?

 

À medida que o final do ano se aproxima, talvez seja uma boa ideia fazermos uma breve reflexão do que se passou neste período. É uma forma de analisarmos o passado e, quem sabe, nos prepararmos melhor para o futuro.

Assim sendo, no post de hoje vamos relembrar alguns dos casos mais marcantes para a Espanha ao longo destes 12 meses. Como você irá perceber, existem muitas semelhanças com situações também sentidas no Brasil.

 

Pandemia

Assim como ocorre em todo mundo, a Espanha ainda tem que lidar com a incidência da covid-19 em seu território e suas consequências principalmente no que se refere à ocupação das unidades de tratamento intensivo e ao estrangulamento do sistema de saúde de algumas comunidades autônomas.

Retrospectiva 2022: 7 fatos marcantes para a Espanha

Martin Sanchez via Unsplash

Entretanto, o cenário atual aponta para uma melhora substancial em comparação a dois anos atrás. De acordo com os órgãos oficiais, em julho deste ano aproximadamente 92% da população acima de 12 anos já estava completamente vacinada.

Também neste mesmo mês foi realizado uma homenagem às vítimas da doença e aos profissionais de saúde que se colocaram na linha de frente para combatê-la. A cerimônia foi presidida pelo rei Felipe VI na Plaza de la Armería del Palacio Real e contou com entregas da Gran Cruz de la Orden del Mérito Civil bem como um minuto de silêncio em respeito aos que se foram.

 

Reforma laboral de 2022

Um dos temas mais quentes da política interna espanhola foi definitivamente o debate acerca da reforma trabalhista (reforma laboral).

Tal demanda se iniciou ainda em 2019 como fruto da coalizão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) – sigla do presidente Pedro Sánchez – e o Unidas Podemos. Seu principal objetivo era alcançar a revogação da Reforma Trabalhista de 2012 implementada pelo Partido Popular (PP) e muito criticada por ambos.

Por conta dos impactos financeiros e do desemprego desencadeados pela covid-19, uma votação por uma reforma se tornou ainda mais urgente. Além disso, este tema também era observado de perto pela União Europeia, já que a liberalização de um pacote de salvamento para enfrentar a crise sanitária dependia, entre outros fatores, deste apuramento.

O processo foi cheio de acaloradas discussões e contou com um resultado apertado. Contudo, em 3 de fevereiro a nova reforma trabalhista foi aprovada por 175 votos a favor e 174 contra.

 

Eleições nas comunidades autônomas

Outro tema importante para a agenda espanhola foram suas eleições internas. Em particular, muito se falou das eleições regionais de Castilla y León realizadas em fevereiro. Nela, o resultado final garantiu a vitória do PP por aproximadamente 31, 43% dos votos, seguido pelo PSOE com 30,05%.

Já em junho, foi a vez da Andalucía que antecipou suas eleições inicialmente planejadas para novembro. Neste caso, o PP conseguiu um êxito histórico, pois pela primeira vez conquistou a maioria absoluta na região com aproximadamente 43% dos votos.

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Joakim Honkasalo via Unsplash

 

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Guerra da Ucrânia

De todos os acontecimentos de 2022, a guerra da Ucrânia é, sem sombra de dúvidas, o que mais abalou as estruturas do sistema internacional. Em especial, o continente europeu se viu no olho do furacão com este conflito que se arrasta até o momento.

Assim como a maioria dos países, a Espanha se uniu ao coro daqueles que se posicionaram contra a invasão perpetrada por Putin.

Verdade seja dita, antes mesmo desta ação militar a crise diplomática já se fazia presente. Por isso, ainda em janeiro e como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Espanha se ofereceu para enviar caças à Bulgária, outro membro da aliança e geograficamente próximo ao embate.

Depois da invasão em fevereiro, o país se manifestou tanto de maneira isolada quanto em conjunto com a União Europeia (UE). Dentre as atitudes tomadas destacam-se a declaração oficial da Espanha em apoio à Ucrânia poucos dias após o início do conflito e as sanções econômicas contra a Rússia estabelecidas no âmbito da UE.

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Daniele Franchi via Unsplash

Ademais, no final de junho a OTAN realizou em Madri uma cúpula de relevância histórica. Afinal, não só debateram sobre uma nova estratégia conjunta dos seus membros em relação ao conflito ucraniano, mas também decidiram que a aliança convidaria Finlândia e Suécia para participar do grupo.

 

Crise energética

Este é um problema enfrentado não somente pela Espanha, mas pelo continente europeu de uma maneira geral.

A alta nos preços dos serviços de energia já era uma realidade devido aos efeitos colaterais da covid-19. No entanto, tal complicação se acelerou de modo exorbitante por conta do conflito na Ucrânia.

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Fré Sonneveld via Unsplash

Considerando que a Rússia se figura como a principal fornecedora energética para a Europa, os impactos das sanções bem como as represálias russas de ameaçar um corte no fornecimento de gás trazem mais tensão a um cenário já preocupante.

Na Espanha, o governo Sánchez anunciou em setembro uma significativa redução do imposto sobre valor agregado (IVA) em cima do gás de 21% para 5% com vistas a diminuir os prejuízos causados por esta crise.

 

Onda de calor

Da perspectiva ambiental, um dos acontecimentos mais marcantes para a Espanha foi a onda de calor que assolou o país e o continente europeu como um todo durante o verão de 2022.

No caso espanhol, diversos focos de incêndios foram catalogados de norte a sul por conta das altas temperaturas que facilmente passavam dos 40°C. De acordo com os registros, houve mais de 30 incêndios florestais que custaram mais de 220 km² de território queimado, além de vidas perdidas pelas chamas.

Tal tragédia impulsionou com mais força os debates sobre as mudanças climáticas.

 

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Crise diplomática: Espanha, Marrocos e Argélia

Por fim, em 2022 a Espanha teve que enfrentar outra crise diplomática. Desta vez, com seus vizinhos do sul.

Neste caso, o pano de fundo para tal desavença se deve por conta da discussão em torno do controle do Saara Ocidental, localizado no norte da África e que no passado já foi uma colônia espanhola. Enquanto a população saaráui luta pela sua autodeterminação através da Frente Polisário (apoiada pela Argélia), o governo do Marrocos reivindica sua posse e, na prática, controla quase 80% do território.

A crise diplomática atual ocorreu em março após a Espanha sair de sua posição neutra para abertamente apoiar o pleito marroquino. Tal movimento reestabeleceu relações amigáveis entre Espanha e Marrocos depois de um atrito em 2021 quando o governo espanhol permitiu que o líder da Frente Polisário viajasse ao país para tratar da covid-19.

Contudo, a postura atual o coloca em rota de colisão com os argelinos. Além dos protestos, em junho deste ano a Argélia decidiu suspender o Tratado de Amizade que tinha com a Espanha justamente por causa do Saara Ocidental.

Os reais motivos desta mudança não são claros, mas alguns suspeitam que, dado o conflito na Ucrânia e a subsequente piora da crise energética, o governo está buscando novos fornecedores para aplacar o problema de energia.

 

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Como se pode perceber, muitas das questões importantes para a Espanha também foram impactantes para outros países, inclusive o Brasil, o que prova como o mundo está cada vez mais interdependente. Assim, só nos resta esperar para descobrir o que 2023 reserva para o nosso planeta.

Esperamos que tenha gostado do texto e nos vemos em um próximo post!

¡Hasta luego!

 

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Esther Fuentes
Esther Fuentes

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