Existem várias razões pelas quais alguém decide fazer um intercâmbio, sejam elas para aprimorar o conhecimento de um idioma, se destacar no mercado de trabalho ou simplesmente vivenciar uma rica experiência para guardar na memória. Independente de qual seja a escolha, fato é que raramente associa-se o intercâmbio à aquisição e desenvolvimento de soft skills, conjunto de habilidades importantíssimas não somente para vida profissional, mas também pessoal e que está cada dia mais em voga.
Mas, afinal, o que são exatamente essas soft skills, qual a diferença entre elas e as chamadas hard skills e como o intercâmbio pode ajudar os estudantes a conquistá-las? É o que vamos ver em mais detalhes no post de hoje. Então, siga conosco!
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Hard skills
Hard skills e soft skills são expressões muito usadas principalmente no mundo corporativo para designar duas categorias bem específicas de habilidades que são almejadas pelos empregadores quando buscam candidatos para suas vagas de trabalho.
Assim, as hard skills são formadas pelas competências técnicas, responsáveis por dar às pessoas a capacidade de realizarem determinado ofício. Por exemplo, se alguém deseja atuar como engenheiro civil é preciso que ele tenha como provar que está apto para o cargo e possui as bases teóricas e práticas necessárias para a correta execução do serviço.
Desta forma, a comprovação das hard skills é feita sobretudo com a apresentação de diplomas de ensino superior (como graduação, pós-graduação, etc.) mas também de outros documentos complementares como cursos extracurriculares e certificados. Em poucas palavras, são as habilidades que normalmente são vistas nos currículos. Até pouco tempo atrás, o foco de muitas empresas residia somente em encontrar candidatos que tivessem as hard skills mais satisfatórias.
Porém, só isso não basta para garantir eficiência no local de trabalho, já que o fator emocional é igualmente poderoso.
É aí que entram as soft skills.
Soft skills
Tomando novamente como exemplo o caso do engenheiro civil, mesmo que a empresa encontre uma pessoa extremamente qualificada na área, isso não necessariamente implicará em bons resultados se o escolhido não for flexível ou tiver dificuldades para trabalhar em equipe.
A partir disso, podemos entender que as soft skills tratam das competências sociocomportamentais dos indivíduos. Ao contrário das anteriores, as soft skills são imensuráveis e intangíveis. Portanto, são mais difíceis de serem captadas em uma entrevista de emprego tradicional.
Por isso, cada dia é mais comum que os processos seletivos também incluam etapas como testes psicológicos e dinâmicas de grupo. Estes dois pontos, além da convivência diária, são indicadores interessantes para analisar as soft skills das pessoas. Algumas destas competências mais estimadas são:
- Liderança
- Flexibilidade e adaptabilidade
- Comunicação clara
- Criatividade
- Proatividade
- Capacidade de resolver conflitos
- Ser cooperativo e saber trabalhar em equipe
E o intercâmbio, qual o papel dele em proporcionar aos estudantes estas habilidades tão cotadas?
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O intercâmbio e as hard skills
No caso do intercâmbio, a hard skill mais procurada e rápida de ser notada é, sem surpresa, o conhecimento da língua estrangeira. Afinal, este é um dos objetivos mais visados desta experiência e, ao voltar para o Brasil, não somente o estudante poderá incluí-la em seu currículo como poderá comprovar sua proficiência por meio de entrevistas e testes escritos bem como através de um certificado oficial do idioma (para o espanhol, este exame é o DELE).
Além disso, dependendo do tipo de intercâmbio, especialmente aqueles que se combina estudo e trabalho, o intercambista poderá adicionar também como hard skills as competências desenvolvidas no seu emprego no exterior de modo a tornar seu currículo ainda mais atrativo.
O intercâmbio e as soft skills
Contudo, como visto anteriormente, as hard skills não são o suficiente e as soft skills vêm justamente para preencher esta lacuna.
Quando se está em um intercâmbio, rapidamente o estudante percebe que ter um bom domínio do idioma não basta para garantir uma experiência verdadeiramente prazerosa. Estar em contato diário com culturas, pessoas, ambientes e realidades diferentes das que está habituado pode ser muitas vezes desafiador, pois isto retira o estudante da sua zona de conforto e o impele a enfrentar situações desconhecidas.
Igualmente comum é ter que lidar com o “choque cultural”, ou seja, formas distintas de compreender e lidar com os mais variados aspectos da vida. Devido à esta dinâmica, o intercambista é convidado a expandir sua visão de mundo e buscar ativamente por um diálogo intercultural saudável em que a flexibilidade, comunicação e compreensão sejam a ordem do dia.
Exemplos de soft skills desenvolvidas no intercâmbio
Não existe uma verdade absoluta, mas podemos dizer que, considerando as características básicas do intercâmbio, algumas das competências sociocomportamentais mais estimuladas são:
- Comunicação: você estará fora da sua zona de conforto, ou seja, se quiser “sobreviver” neste universo, você precisará saber se comunicar. E isto não significa somente entender o idioma, mas também os códigos culturais desta nova sociedade
- Flexibilidade e resolução de problemas: nem tudo vai sair como você espera e nem todas as pessoas vão reagir como você imagina. Portanto, será preciso ser flexível e aprender a se adaptar quando situações adversas ocorrerem
- Empatia: você conhecerá pessoas de vários lugares e por isso será mais claro entender que nem todos vão pensar como você e está tudo bem. Também conseguirá desenvolver melhor sua empatia, considerando a vida a partir do ponto de vista de terceiros e, consequentemente, julgando menos e quebrando estereótipos
- Criatividade: por expandir sua visão de mundo, sua mente se abrirá para novos pensamentos, o que resultará em um impacto positivo na sua criatividade
- Cooperação e trabalho em equipe: durante o intercâmbio, o estudante terá a chance de estar em diferentes grupos (seja com outros intercambistas, colegas de classe, de trabalho, família hospedeira, etc.). Assim, uma parte fundamental da integração saudável será a cooperação com os demais, trabalhando com foco no bem-estar do grupo
- Autonomia: a vivência em outro país também lhe trará um grande senso de autonomia, já que você será constantemente impulsionado a lidar de maneira proativa com as circunstâncias diárias, não podendo esperar que alguém resolva seus problemas por você
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Como se percebe, o intercâmbio atende ao desejo de melhorar as hard skills, mas vai muito além, auxiliando o intercambista a desenvolver soft skills que não somente serão importantes no mercado de trabalho como também em sua vida pessoal.
Esperamos que tenha gostado do texto de hoje e que ele tenha sido útil. Nos vemos em um próximo post!
¡Saludos!